São várias dimensões que o crepúsculo provoca,
visualizo em tons de laranja e desforme as tardes que estive vendo ele a beira
mar ou da calçada de minha casa, nas viagens que fiz ou quando passeávamos de
mãos dadas. Lembro-me das vezes que ele se fez na poética do que leio, pois ao
final do livro me trazia a ausência dos heróis cativantes. A paisagem do
horizonte me remete a “Fugere Urbem”
e a sensação de fim que perfaz o dia a dia da vida fortalece o “Carpe Diem”. Essa transição de tempo é
magnifica e aos meus olhos torna-se diariamente beleza épica, acrescento que está
passagem impregna força clássica a qualquer obra. Tento exprimir no painel
desta nova temporada do blog um pouco dessa paixão pelo entardecer, buscando
lembrar que o que nos move não é o nascer, pois ele é apenas a ruptura de
mundos, mas também não é o fim, porque ele é a transição de retorno. Ressalvo
que não antecipo o meu regresso, mas a curiosidade por ele me consome poeticamente
e o anseio para saber como será é pitoresco. Estamos no caminho de um ponto a
outro e nesse êxodo sempre encontramos o crepúsculo no limiar, seja ao fim do
dia e princípio da noite ou no processo inverso, no fim da noite e princípio do
dia. As cores que estão dispostas são referentes a esse pensamento, sendo elas,
laranja (cor predominante do crepúsculo), vermelho (sangue por nós derramado
todos os dias nos desafios da vida), preto (pois estamos sempre vivendo essa alternância
de claro e escuro, o que recorda o chiaroscuro
barroco, mas a intensão aqui apresentada é de que trazemos um pouco do negrume
da noite para as palavras do dia), por fim o roxo destoante (a máxima do blog e
rema condutor é a frase contundente de Mário Quintana, onde na cor roxa e
desfoque faz menção ao sonhar lúdico e presente em nós). O garoto navega em
canoa simples e com a força do empenho pessoal no rio da vida, onde a luz a
brilhar é a crepuscular.
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